#4 Tendências Masculinas para o Verão direto da SPFW!
Chegou ao fim a 41ª edição da São Paulo Fashion Week, que rolou de 25 a 29 de abril, no pavilhão da Fundação Bienal no Parque do Ibirapuera. A temporada de Verão Ready-to-Wear 2017 trouxe muitas novidades, uma importante mudança, além de várias surpresas.
Mas, calma, vamos começar por parte!
A Fause Haten foi a primeira a pisar nas passarelas dessa SPFW. Sua coleção performática e teatral foi inspirada em Marlene Dietrich e na música “La Vie en Rose”.
Baseada no sem gênero, essa é uma marca que não trabalha com tendências. Eles focam no público alvo deles e em satisfazê-los. A coleção é feita de alfaiataria confortável e discreta e foi inspirada nos 20 anos da marca, arte e design.
Novidade: a sarja Stay Black, que continua preta mesmo depois de várias lavagens – Q U E R O.
Todo politizado, Ronaldo Fraga se inspirou em uma viagem à África e quis chamar atenção para a condição dos negros refugiados no mundo de hoje. Pra isso, junto aos modelos, ele colocou na passarela refugiados de diversos lugares do mundo que vieram para o Brasil; demonstrando, com sua profusão de cores, que sempre vai existir esperança, carinho e receptividade – Brasilzão is the new coração de mãe.
Acho que a Osklen nunca esteve tão estampada! Dessa vez, o estilista Oskar Metsavaht, inspirado em uma ilha imaginária criada a partir de viagens recentes, optou por não desfilar. A marca, que é o sucessinho comercial da moda brasileira com seu design espetacular, costuma intercalar entre apresentações e passarelas, e, no dia 26, eles mostraram os looks soltos e arejados da coleção pra imprensa e convidados.
Essa coleção foi inspirada em uma obra do artista francês Yves Klein e mostrou com muita sobreposição e assimetria. Ao mesmo tempo que ela parece futurista, vocês conseguem reparar características dos anos 90 (essa foto poderia ser a capa de um CD da *NSYNC)?
O estilista fez parceria com as marcas Melissa e Swarovski, e as peças não possuem abotoamento; é tudo fechado com alfinete.
Alexandre Herchcovitch, que, no início do ano, saiu da marca que leva seu nome (Herchcovitch; Alexandre), volta às passarelas estreando a coleção de vestuário da À La Garçonne, marca de seu companheiro, Fábio Souza.
O DNA da marca é o reuso, a sustentabilidade e o vintage. Roupas feitas com tecidos reciclados, antigos e sem estação definida.
Algodão colorido da Paraíba e fios reciclados de garrafa pet e fita VHS: quem imagina alfaiataria feita desses materiais? Inspirado na função que os uniformes têm de não definir gêneros, João Pimenta, em parceria com os calçados da West Coast, fez um trabalho muito bonito; que, em alguns momentos, lembram O Pequeno Príncipe.
O estilista pensou numa coleção com tudo que você precisa levar na mala para uma viagem. Fissurado pelo toque, colocou tecidos gostosos em suas peças e algumas estampas de lenço.
Coleção de moda praia, inspirada na geração fitness!
Seguindo firme na maré do sem gênero, a coleção da GIG inspirou-se na obra da artista, pintora, cenógrafa e designer Sonia Delaunay, que ficou conhecida por seus estudos sobre cor e movimento.
Cheia de geometria, texturas, volumes e algumas assimetrias, claro que não poderia faltar muito movimento.
Em sua terceira coleção, Ratier trouxe inspirações da Escola Bauhaus, uma das mais influentes escolas de Design, Artes e Arquitetura do mundo. Minimalista e com poucas cores, eles capricham mesmo é na modelagem – reparem!
Mais uma marca estreante da edição. Seu foco é o público masculino, mas, como muitas mulheres também compram, meio que acaba sendo unissex/sem gênero.
As ideias pro desfile foram baseadas em duas gangues de surf.
Fechando essa temporada, a Ellus, com seu jeitinho especial, trouxe o Havaí e a praia à noite.
Segundo o diretor Paulo Borges, o SPFW vai ser a primeira semana de moda do mundo a aderir ao sistema “see now, buy now” (vê agora, compra agora).
Atualmente, as coleções são apresentadas em torno de seis meses antes de chegarem às lojas – coisa na qual, desde criança, eu nunca vi sentido. Nessa nova organização, o intervalo entre os desfiles e a venda nas lojas será bem menor, se não for imediato.
A edição de novembro de 2016 deve ser de transição, mas, em 2017, as temporadas mudam pra final de fevereiro e pra última semana de julho, pegando o início de agosto, pra mostrar Outono-Inverno e Primavera-Verão. No entanto, ainda assim, Borges diz que essas definições por estação não farão mais sentido muito e breve. A Colcci, por exemplo, optou por não desfilar nessas duas edições e só voltar quando o método estiver em vigor.
Novos rumos da moda!
Colaborou com essa publicação
Técnico em Design de Moda
e Consultor de Imagem e Estilo